quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Festa de Babette : floral, óleo e cartas




É impossível esquecer esta obra de 1987, vencedora do Oscar de Filme estrangeiro. Babette é uma francesa que vai trabalhar como doméstica e cozinheira na casa das irmãs Philippa e Martine, num povoado da Dinamarca. Seguindo a linha dura com que foram criadas pelo pai, já falecido, as duas irmãs mantêm a rigidez em suas próprias vidas. O povo do vilarejo, até por força da religião, também tem um comportamento, como um todo, de repressão, tudo reforçado pelos rigores das temperaturas baixas e da neve. Ou seja, a beleza e delicadeza de cada um estava ali escondida sob uma grossa camada de gelo!
Analisando a protagonista, podemos dizer que ela é a Rainha de Ouros. Porque ela quebra a rigidez das pessoas, que, religiosas, acreditavam que não tinham direito a prazeres do mundo físico para alcançar o paraíso. A Rainha de Ouros valoriza os prazeres palpáveis: conforto, sexo e tudo o que faz bem aos nossos cinco sentidos. E ela consegue isso ao realizar um jantar memorável para os moradores da aldeia. O prazer degustativo, visual e olfativo do banquete realizado por Babette faz com que, pela primeira vez, percebamos o lado mais suave daqueles personagens: sorrisos, surpresas, gentilezas.
Philippa e Martine, pessoas com a austeridade e frieza típicas do naipe de espadas, teriam uma grande ajuda dos florias de Bach ;)
A essência Rock Water é indicada especialmente para quem é rigoroso consigo próprio e com os outros. São pessoas que não admitem erros alheios. E quando elas próprias falham, ou negam o erro ou agem com horror e vergonha ao deslize. Esse endurecimento é combatido por Rock Water, uma essência que vem das profundezas de uma rocha, até emergir como uma fonte de água pura. O poder de adaptabilidade e maleabilidade desse elemento é despertado nos pacientes Rock Water.  
Poderíamos receitar para os outros moradores alguns óleos essenciais que resgatam o amor próprio e o amor ao próximo (Rosa), a alegria infantil (Laranja Doce), a sensualidade (Ylang-Ylang), a auto-estima (Gerânio) e entusiasmo (Bergamota).

Se fosse tirar uma carta para esse filme seria a Montanha: uma carta que mostra uma rigidez, algo em estado bruto que parece intransponível, um gigante assustador. Mas a mensagem é: “Se esforce para escalar as montanhas e desfrute do prazer de respirar o ar mais puro, ver o horizonte mais extenso. Você pode conquistar o melhor lugar do mundo para admirar o pôr do sol: não veja a montanha como um obstáculo impossível de ser vencido. Nós nascemos para sermos felizes”.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O Jogo do Sim ou Não no Baralho Cigano

O Baralho Cigano permite muitos tipos de leitura, pois cada carta tem uma gama de significados. Combinada a outras, então, as possibilidades se multiplicam. Mesmo assim, há jogos bem simples que podemos fazer com um deck Lenormand: as cartas não são utilizadas somente para leituras complexas.

Um dos mais conhecidos é o Jogo do Sim ou Não. Precisa explicar? É fácil: embaralhamos as cartas, fazemos uma pergunta em voz alta - bem clara, direta - e tiramos uma lâmina.

Umas significam sim, algumas não e outras, talvez. Nesse caso, pergunta-se outras vezes. Se continuar saindo uma carta neutra, não é hora de se fazer aquela pergunta.

Mesmo que haja um significado primário desfavorável para algumas cartas, é sempre bom lembrar que todas as cartas, na verdade, têm dois polos, o positivo e negativo.

Importante:
1) Há mais cartas para o Sim do que para o Não ou Talvez. Isso não é problema, porque o jogo de cartas não é de probabilidades, e sim, de energia.

2) Há mais de uma escola de estudo das cartas, por isso, pode haver algumas diferenças. Por exemplo, alguns consideram o Chicote uma carta neutra, mas sinto uma energia tão forte dessa imagem que não me vem como uma carta neutra.

Cartas que representam o Sim:
Cavaleiro, Navio, Árvore, Buquê, Casa, Pássaros, Criança, Estrela, Cegonha, Cachorro, Caminhos, Coração, Anel, Lírios, Sol, Lua, Chave, Peixe, Âncora e Cruz.

Cartas que representam o Não:
Trevo, Nuvens, Cobra, Morte, Foice, Chicote, Raposa, Urso e Rato.

Cartas Neutras:
Torre,  Jardim, Montanha, Livros, Carta, Homem, Mulher.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Doze Curadores - Mimulus, o floral do medo


Medo, todos sentimos. Mas quando há medo de coisas mínimas, ou inexplicáveis, a um nível que chega a nos paralisar, o Floral de Bach Mimulus pode ser a solução. Ele é um dos Doze Curadores do sistema criado pelo Dr. Bach, e aponta para o tipo de personalidade dos tímidos e inseguros por causa de diversos temores. 

Pavor de falar em público, gaguejar quando conhece alguém são apenas alguns dos problemas. Os temores da personalidade Mimulus vão além, mas de medos conhecidos, como de escuro, de acidente, de água, de pobreza, de rejeição, de dor, de insetos, de humilhação, de solidão. Resumindo, medos da vida diária. Sobre essas pessoas, o Dr. Bach dizia que elas carregam seu temor secretamente. Elas não dividem com os outros esse sentimento. O recado dessa florzinha delicada é: "Tenha confiança em si mesmo, abra seu coração para a vida, acredite em você".

Esta segunda imagem é a carta de Mimulus do lindo conjunto Bach Flower Oracle, criado por Susanne Wimberg. Vemos uma menina como que se estivesse prestes a desbravar o mundo, seguida da frase "Vá em frente bravamente".

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Lugares Mágicos: São Tomé das Letras

Cavernas, inscrições rupestres, relatos de visões de discos voadores, lendas de milagres envolvendo santos, escravos e índios e formações rochosas curiosas ajudaram a fazer a fama e à criação de muitas histórias sobre São Tomé das Letras, cidade do sul de Minas Gerais. Ruas, muros e casas de pedra dão o tom do local, que atrai turistas que procuram contato com a natureza e, quem sabe, com o sobrenatural. Algumas lendas sobre a cidade:
- Dizem que a imagem de São Tomé apareceu misteriosamente em uma gruta, o que deu origem ao nome da cidade e à construção da igreja matriz, ao lado da caverna.
- Um heremita chamado Chico Taquara seria um morador querido que, conta-se, realizava curas, aparições e conversava com os animais. Histórias não faltam, mas não há documentos que comprovem a existência de Chico.
- A Serra do Cantagalo seria o local de moradia de uma gigantesca cobra, com bico e crista e que cantaria como um galo.
- Os fenícios teriam passado por lá.
- O solo, dominado por pedras em vez de terra, seria idêntico ao de Atlântida.
E a grande história:
- Dizem que há um caminho secreto que ligaria São Tomé à mística Machu Pichu, no Peru, provavelmente pela Gruta do Carimbado. Até hoje, não foi possível confirmar o fato: ninguém conseguiu ir até o fim da gruta. Mistério em cima de mistério, alguns dizem que não, a gruta não levaria a Machu Pichu, mas levaria até uma civilização intra-terrestre.


O programa Documento Especial, da extinta TV Tupi, fez uma matéria sobre São Tomé das Letras em 1990. Veja o vídeo abaixo:

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Florais Curadores de Bach: Agrimony, o floral que elimina máscaras


Dos Florais de Bach, Agrimony é aquele indicado para as pessoas que aparentemente estão sempre felizes, solícitas, são a alegria da festa. Mas internamente, a angústia e o aperto no peito são constantes, insuportáveis. Para essas pessoas, é tão opressivo ser, por fora, sempre agradável e bem resolvida enquanto por dentro os tormentos dominam, que muitas vezes elas buscam fugas em vícios, como drogas, álcool, excesso de comida e outros. 

Agrimony ajuda a pessoa a deixar de lado as máscaras, a entender que não é preciso ser 100% do tempo agradável aos demais, aceitar que todos têm altos e baixos. Esse é o primeiro passo. Em seguida, vem a placidez interna. Veja que tom lindo de amarelo, que cresce verticalmente, como se quisesse alcançar o sol.

A personalidade Agrimony em harmonia reflete a alegria e a leveza verdadeiras. Mas mesmo os mais bem-humorados estão sujeitos a seus dias de irritabilidade ou angústia. Nesse caso, eles não precisam mentir para o mundo. "Sou humano, com imperfeições e os mais diversos sentimentos e pensamentos, como todos. Eu me aceito também nos momentos mais angustiosos, e ninguém vai deixar de gostar de mim por isso". 

sábado, 7 de maio de 2016

A diferença entre óleo essencial e essência


É comum as pessoas pensarem que essência e óleo essencial (OE) são a mesma coisa. Com essas dicas, você nunca mais vai ficar em dúvida na hora de comprar e vai saber que produtos um massagista ou terapeuta está utilizando em você.

A principal diferença é: essência é um produto artificial que imita aromas de flores, ervas, etc. Geralmente, é vendido em embalagens plásticas de 10ml. O óleo essencial é 100% natural, extraído de flores, frutos, raízes, plantas em geral. Também são encontrados principalmente em embalagens de 10ml. Mas o verdadeiro óleo essencial SEMPRE é vendido em vidros, nunca em plástico. E vidros escuros: âmbar (o mais usado no Brasil), azulão ou verde-garrafa, como esses da segunda imagem. 

As essências servem para perfumar um ambiente ou um cosmético. Cumprem sua função nesse sentido porque nós somos sensíveis aos aromas, se escolhemos um do nosso agrado, aquele perfume vai nos proporcionar um bem-estar. Mas é só isso. São produtos baratos por serem sintéticos, e fáceis de encontrar em lojas de perfume, produtos natureis e até farmácias, às vezes.

Os óleos essenciais, além de nos proporcionar também o bem-estar olfativo, ele é terapêutico. Em contato com nossas vias respiratórias ou com a pele (consequentemente, a corrente sanguínea), eles agem, além do emocional e o mental, também no corpo físico. Por isso, tratam-se problemas de todas as naturezas em uma Aromaterapia. 

O preço dos óleos essenciais varia de acordo com o aroma, por causa do volume de matéria-prima necessária ou da raridade/frequência em que se encontra determinada planta na natureza. Por exemplo, para um óleo de rosas ou jasmim, são necessárias toneladas de pétalas para a extração. Por isso são óleos mais caros. Já os cítricos, cuja extração é feita das cascas (o sumo), são mais baratos.

Para ter uma variedade considerável de óleos, é preciso um investimento. Mas é possível ter alguns óleos que têm mais de uma indicação e que o preço é razoável. Até porque eles duram muito! O grande coringa da Aromaterapia é a Lavanda. Ele tem poder calmante, pode ser aplicado sobre machucados, picadas de mosquito. E tem um aroma que geralmente agrada as pessoas. Outro que vale a pena ter na farmacinha é o de Tea Tree, também conhecido como Melaleuca: ele é um poderoso antisséptico. OE de Limão e de Hortelã são bons para quem precisa se concentrar para os estudos ou trabalho. pode-se usar algumas gotinhas em um difusor. A Hortelã ainda é um santo componente para gargarejos, para aplacra a tosse: algumas gotas em meio cópo de água morna. De quebra, aquela refrescância do mentol natural.

Há diversas marcas de óleo essencial no mercado, vou citar aqui as que uso já ou usei, como aromaterapeuta, e sei que são produtos de qualidade (não estou ganhando nada falando das marcas, simplesmente são dicas para as pessoas se guiarem na hora de comprar): Laszlo, Bellarome, Phytoterapica, By Samia e Vida Bothânica. O mercado de OE é extenso, mas não cito porque nunca utilizei.

* Bete Nogueira é aromaterapeuta formada pelo Instituto Brasileiro de Aromatologia (Ibra)

terça-feira, 3 de maio de 2016

Literatura e Florais: as personalidades de 'Orgulho e Preconceito", de Jane Austen


Um dos meus livros prediletos é Orgulho e Preconceito, que tem como protagonista a voluntariosa Elizabeth. Aliás, a personalidade da heroína é considerada um grande atrativo da obra, que se tornou um clássico da literatura inglesa e mundial. Resolvi analisar a personalidade de Elizabeth e do Sr. Darcy, uma amizade/inimizade que acabou em casamento. A obra de Jane Austen é de 1813 e várias versões já foram feitas para teatro, TV e cinema, sendo uma das mais famosas o filme de 2005, com Keira Knightley e Matthew Mac Fadyen.

A personalidade do casal prende o leitor por ser visceral: uma convivência explosiva, muitos mal-entendidos, um desprezo de Elizabeth pelo rapaz até que ela descobre, por via indireta, que ele tem atitudes nobres. Tão humano, não é? Aliás, o nome original do romance era First Impressions (Primeiras Impressões).  

Segundo os florais de Bach, qual seria o floral curador da apaixonante Elizabeth? Eu diria que é o Vervain: ela é uma jovem sagaz, não tem medo de falar o que pensa, questiona o engessado mundo aristocrático do início do século XIX. E o mais importante: uma mulher que expõe seus pontos de vista e tenta, a todo custo, que concordem com a sua forma de ver o mundo. As características da personalidade Vervain, quando bem harmonizadas, se destacam pelo senso de justiça e espírito de liderança. Em desarmonia, a pessoa tenta à força impor sua vontade.

O excesso de certeza que Elizabeth carrega dentro de si – de que sabe exatamente tudo o que acontece e que é infalível em seus julgamentos – é o grande entrave para que ela consiga enxergar quem realmente é Darcy.

Falando nele, arrisco dizer que o desafeto e depois noivo de Elizabeth é uma personalidade Water Violet. Essas pessoas têm tendência a se mostrar pouco para o mundo. Mas não por timidez, e sim por um certo esnobismo: é como se a pessoa se sentisse tão perfeita que não precisasse perder seu tempo para se explicar ou mostrar suas ideias ao resto da Humanidade.

Discrição não é defeito, pelo contrário. Mas uma personalidade Water Violet em desarmonia pode carregar um ar arrogante, o tipo “nariz empinado”, o que leva os outros a fazerem mau juízo dele. Ao serem mal interpretados, mesmo que se chateiem, não demonstram e muitas vezes não se esforçam para se fazer entender. É isso o que acontece ao longo do romance. Tanto que Elizabeth só descobre que Darcy é um perfeito cavalheiro, amoroso e bem-intencionado através de uma terceira pessoa. Pena que nem sempre existe essa outra pessoa que ajude a desfazer os mal-entendidos da vida, não é?

Ficou com vontade de ler Orgulho e Preconceito? Nesse link, você pode baixar ou ler on-line:


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Limpe esse terreno!




Pensando sobre a minha semana, tirei duas cartas que saíram nesta ordem: A Foice (10) e o Sol (31). Para finalizar, fiz a redução pitagórica 10+31 = 41 / 4+1 = 5. Nos arcanos maiores do Tarô a carta 5 é o Hierofante.

Qual seria a historinha? Era uma vez um terreno sujo, abandonado, que ninguém dava nada por ele e ele também nada oferecia. Quem passava por ali, andava sem olhar, sem perder tempo. Vai que aparecesse um rato ou outro bicho? Até que a dona do terreno começou a capinar, cortar as ervas daninhas, corta aqui, corta ali, junta lixo pra jogar fora... Depois de alguns dias de trabalho, a mulher começou a rever algumas plantinhas que ela nem lembrava mais que 
enfeitaram sua infância. Florzinhas, como maria-sem-vergonha, dente de leão, florzinhas do mato, estrela dalva. 

O Sol pode, finalmente, voltar a iluminar, deixar visível o que merecia ser visto. Uma beleza que estava lá, escondida e esquecida. Cada dia, dava mais gosto de ver. As pessoas voltaram a admirar o lugar, que sorte daquela mulher de ter um cantinho tão especial, florido, alegre. Ela ria com os elogios, mas sabia que não foi sorte: foi trabalho.


O Hierofante entra na história como um conselho: disciplina e devoção amorosa ao que se tem.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

As nove personalidades segundo a Aromaterapia



Assim como outros sistemas de terapia complementar, como os Florais, a Aromaterapia classifica as diversas personalidades humanas segundo as características dos óleos essenciais. Elas têm a ver com o tipo de extração e do aroma de cada óleo, sendo que alguns se encaixam em mais de uma categoria.

Para que serve essa classificação? O aromaterapeuta, identificando a personalidade do paciente, pode avaliar que óleos ele necessita – ou não – no momento. Por exemplo, um excesso de determinada personalidade contraindica aquela família aromática para a pessoa. Por outro lado, às vezes as maiores qualidade de um paciente estão embotados, e é preciso utilizar os óleos essenciais para potencializar novamente essas qualidades.

Esses óleos podem ser aplicados em massagens, manipulados em cremes hidratantes, sprays de ambiente, sabonetes etc.

A seguir, uma descrição beeeeem curtinha de cada uma delas. Em outros posts, veremos mais a fundo uma a uma.

1 . FLOR – É a personalidade ligada às pessoas muito bonitas, vaidosas, sensuais. Exemplos de óleo essencial: Ylang Ylang, Gerânio, Néroli.

2. FRUTA – Identificada com as pessoas muito sociáveis, que gostam de trabalhar em grupo e muitas vezes carrega amizades desde a infância. Óleos: Laranja, Bergamota, Junípero.

3. SEMENTE – São pessoas criativa, intuitivas. Geralmente, muito voltadas para a espiritualidade. Alguns óleos de sementes: Anis, Coriandro, Funcho.

4. RAIZ – Pessoas que confiam muito em si próprias e nos outros. São tradicionalistas e discretas. Alguns óleos: Gengibre, Vetiver, Valeriana.

5. FOLHA – São grandes observadores do tudo o que os cerca, além de serem detalhistas. Óleos: Petitgrain, Tea Tree, Pinheiro.

6. RESINA – São aqueles idealistas, que sofrem muito com as injustiças do mundo, muitas vezes, chegando a ser meio intolerantes. Óleos de resinas: Mirra, Sangue de Dragão, Benjoim.

7. ESPECIARIA – Pessoas extrovertidas, a alegria das festas! Às vezes, pode ser passional e exibicionista. Exemplo: Cravo, Canela, Pimenta Rosa.

8. MADEIRA – Aquelas pessoas fortes, decididas, líderes natos, são as de personalidade Madeira. Alguns óleos: Pau Rosa, Sândalo e Canela.

9. ERVA – Ao mesmo tempo que é generoso, é sensível ao reconhecimento dos outros por sua bondade. Exemplos de óleos: Manjericão, Alecrim, Louro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Florais de Bach: Water Violet, o curador dos "autossuficientes"




Os 12 curadores dos Florais de Bach foram identificados por Dr. Edward Bach como as essências ligadas às personalidades. Aqui no blog já falamos dos curadores Clematis, Vervain, Cerato e Scleranthus. Hoje vamos falar de Water Violet.
Não é uma personalidade fácil de ser identificada. À primeira vista, parece simplesmente uma pessoa calma, quieta. Mas na verdade, é uma pessoa que tem certa dificuldade para compartilhar. Ela nem coloca seus talentos à disposição dos outros e nem está muito interessado no que os outros têm a oferecer. O Water Violet combate o isolamento que se instalada na vida dessa pessoa. É uma solidão disfarçada de autossuficiência. Ela vai trocar o característico desdém que tem pelas pessoas por uma alegria genuína de interagir, dar e receber.
Na vida amorosa, essa personalidade, quando em desequilíbrio, muitas vezes não se permite se envolver profundamente com o outro. No trabalho, apesar de talentoso, é pouco colaborativo. Em cargo de chefia, mantém-se num pedestal.
Com a atuação do floral, essa personalidade vai permitindo seu lado positivo, que é sempre muito admirada. Sabe aquela pessoa ponderada, que todo mundo ouve com atenção e todos confiam? Pois é. Sem alarde, encanta a todos.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Amar se aprende amando


O título do post é o mesmo que o título de um livro do maravilhoso Carlos Drummond de Andrade, que tem uma poema assim:

"O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo

acha a razão de ser, já dividido. 
São dois em um: amor, sublime selo 
que à vida imprime cor, graça e sentido. 

"Amor" - eu disse - e floriu uma rosa 

embalsamando a tarde melodiosa 
no canto mais oculto do jardim, 
mas seu perfume não chegou a mim."

Bonito, mas... o que significaria o perfume que não chegou até o poeta? Oras, ele se esqueceu do amor dentro dele e, como um ser incompleto, foi buscar o amor no jardim, ou seja, fora dele.


Desde pequenininhos, aprendemos que dentro do coração guardamos o amor da mãe, do pai, dos irmãos, de Deus, dos amiguinhos etc. Quem nos ensina que guardamos no nosso coração o amor por nós mesmos? Quem nos ensina que nascemos completos, que com esse sentimentos de ser perfeito, de templo vivo, é que devemos buscar por acréscimo o amor que também existe fora de nós? Acho que poucos foram criados para pensar assim... e eu acredito que é por isso que buscamos, tão avidamente, o amor do outro, a admiração do outro... 


queremos ser desejados, foco de paixões, todo tipo de aceitação - fora de nós. Com isso, nos subjugamos por quem não enxerga o nossos coração - claro, nem nós vemos suas cores vivas! - ou então tentamos subjugar o outro, impressionar, pressionar... o que pode ter algum efeito por algum tempo. Mas como todo ato externo, se extenua e nos deixa nus, e sem valor, e mais uma vez vamos em busca de um alimento que não entra nas fibras do nosso coração, porque este não é feito pelo mesmo material que artifícios que criamos são feitos - estes são artificiais, alguma dúvida?


Não fomos criados para lembrar do amor por nós mesmos, mas se queremos mesmo sair dessa ilusão, proponho um exercício:


Fique num lugar agradável, pode ser dentro de casa mesmo, um lugar que te agrada, não que os seus amigos acham bom. Nesse lugar, com a coluna ereta, fale baixinho: "Eu te amo", várias vezes, imagine que você está com a sua imagem à sua frente. Você está fazendo uma declaração de amor a você mesmo, honrando sua Divina Presença. Faça isso com o amor que acha que merece, fale e sinta tudo de lindo que você possui, suas qualidades, suas pétalas mais perfumadas. E um milagre acontece: você vai sentir um calor no peito, na altura do chakra cardíaco: você estará nutrindo o seu coração com o alimento mais precioso que existe, e que é eterno: você. 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Salve! Com as armas de Jorge e o olhar desarmado


Já que estou trabalhando no feriado de São Jorge, que mal faz aproveitar a hora do almoço e ir até sua igreja, aqui no Campo de Santana, pertinho do trabalho? Que bom que eu fui! São Jorge não é dos devotos, dos católicos, dos umbandistas ou candomblecistas. São Jorge é do coração dos cariocas, da grande massa que vê nele o símbolo da luta incansável, da perseverança, da fé de que tudo é possível - desde que você esteja guerreando com confiança.

Chegar na rua da paróquia, onde acontece missa de hora em hora num palco montado e onde está a rocambólica fila para entrar na igreja, já me emocionou. As pessoas vivem esse momento de fé com tanta intensidade que a energia é palpável, poderia dizer que para passar por essa energia só abrindo caminho com uma lâmina da planta Espada de São Jorge, vendida ao lado de rosas vermelhas, flor crista-de-galo, fitinhas, camisetas e... cerveja, que ninguém é santo - e o próprio dono da festa não se incomoda.

Depois de um tempo na fila, o menino atrás de mim me informou que eu tinha furado, que o fim da fila era muito lá atrás. Mas a mãe, no espírito do dia santo, ensinou ao garoto: "Não tem problema, ela já está aí, deixa". Pedi desculpas, sem graça, e senti que o meu constrangimento tinha deixado a mãe do garoto constrangida, tão natural que foi para ela me deixar lá na frente da família. E assim segui na fila, olhando em volta a movimentação ecumênica: pais de santo jogando búzios, outros devotos de Ogum dando passe em quem quisesse, usando as tradicionais ervas de limpeza, pessoas cantando emocionadas, ouvindo a missa, padres em um canto da grade serenamente observando a multidão, muitas pessoas distribuindo o santinho do santo, com a ajuda de algumas mãozinhas gordinhas, de crianças, que já entendem o compromisso de se fazer uma promessa.

São várias formas de se viver a religiosidade, e isso sempre me encanta no Rio. A São Jorge pede-se as armas para se proteger dos inimigos e para estar pronto para todas as batalhas. A São Jorge pede-se abertura de caminhos para a vida se resolver, caminhos para alcançar seus sonhos. 

E foi assim, depois de me espremer para tirar essa foto com uma luz linda brilhando no escudo do guerreiro, com um minijorginho à frente e uma devota que ajudava as pessoas que queriam colocar flores aos pés da imagem, volto pela estação do metrô e um rapaz que estava visitando o Rio, de bota, calça jeans e bicicleta, me pergunta: "Qual metrô eu pego para chegar em qualquer praia?" Indiquei a plataforma, enquanto alguma pessoas riam do traje pouco apropriado do turista, que simplesmente deveria estar querendo viver um dia feliz passeando à beira-mar do Rio de Janeiro. Vendo o rapaz entrar no vagão, pensei: que importa, para ele, o que estão pensando? São Jorge dá os caminhos para qualquer sonho ou desejo de ser feliz, nem que seja num dia de feriado nublado.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Cartas de Amor no Petit Lenormand e no Tarô

Diversas cartas, nos dois oráculos, sinalizam algum tipo de situação amorosa. Por que não mostrarmos algumas juntas? Cada amor é de um jeito? Verdade! Então, vamos tomar isso como ponto de partida.       Há pessoas que, por mais que a gente goste, sempre instigam sentimentos não muito bons. Geralmente, são pessoas que precisamos conviver por um tempo para aprendermos mais sobre nós mesmos: são agentes do nosso aperfeiçoamento. Uma hora, esses amores se vão, e devemos agradecer o que aprendemos e, claro, bons momentos existiram, senão, não seriam amores.

Há alguns que aparecem para nos mostrar outra visão do mundo, vêm de universos muito diferentes dos nossos, e isso nos enriquece. Esses um dia, também, se vão. E agradecemos a experiência. 




Algumas pessoas são tão parecidas conosco que fica difícil de saber do que gostamos nesse relacionamento: se é delas ou de nos vermos no espelho. Isso um dia também se vai... Gratidão...


Até que, um dia, cruza o nosso caminho aquela pessoa que instiga o que temos de melhor. Quase sem esforço, conseguimos dar o nosso melhor em matéria de amor, compreensão, paciência, tranquilidade, fé, alegria, esperança. De repente, vemos um lado lindo, de nós mesmos, que não usávamos. Esse lado sempre existiu, mas estava afogado no meio de tantas coisas... percebemos que nosso tom de voz mudou, acordamos com pensamentos mais coloridos, parece que tudo fica mais fácil, até a saudade é mais “administrável”. Estamos apaixonados? Somos amados? Tudo isso e mais um pouco: estamos amando a nós mesmos, nos amaciando, de repente ficamos lindos, todos nos olham. A duração dessa paixão pode ser curta, longa, que seja. Mais uma vez agradeça. Você se conquistou e isso nunca vai passar.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

É hora da Fênix renascer

Sim, chegamos na época em que mais falamos de renovação! Por isso escolhi essa carta do Yoga Tarot, a lâmina do Sol (XIX) porque nela está Fênix, a ave-símbolo do renascimento para o sábio povo grego, dentre outros povos antigos, que explicaram a vida por meio de relatos mitológicos que se eternizaram.

De cores bonitas e brilhantes, forte a ponto de poder carregar um elefante, a Fênix, quando morria, entrava em combustão e tinha a capacidade de renascer das próprias cinzas. Isso tem vários significados: um renasacimento espirituial, a certeza de que como seres divinos temos vida eterna, só mudando de corpo através das reencarnações, o renascimento após grandes choques ou lutas e o poder de transmutação do fogo.

Parece grandioso falando assim, mas o renascimcnto, ou renovação, pode ser diário. Faz parte das nossas promessa de Ano Novo, mas todos os dias temos a chance de batermos a poeira, as cinzas, do que se foi e abrir novas asas para seguir nosso aprendizado.

Recomeçar

(Carlos Drummond de Andrade)

Não importa onde você parou...

Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante...
É acreditar em você de novo.

Sofreu muito neste período?
Foi aprendizado... Chorou muito?
Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início de tua melhora...
Onde você quer chegar?
Ir alto? Sonhe alto... Queira o melhor do melhor...
Se pensamos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejamos fortemente o melhor e principalmente  lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo.
E não do tamanho da minha altura.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Florais de Bach e a nostalgia Proustiana


A obra-prima do francês Marcel Proust é Em Busca do Tempo Perdido, um resgate de suas memórias afetivas que vêm à tona quando o narrador sente um aroma comum de sua infância: uma madelleine embebida numa colher de chá. Nunca um sentimento nostálgico rendeu tanto para a literatura! E para Proust, o bom é que, explorando suas memórias, ele não ficou preso ao passado.

Para um apego excessivo ao que se foi, para aqueles que vivem muito mais no passado do que no presente, existe o Floral de Bach Honeysuckle. Porque a questão não é sentir saudades - isso é a beleza das nossas vivências, como Proust bem prova.

O problema é deixar de viver o aqui e agora e simplesmente ficar lamentando o que ficou no capítulo que já acabou: a infância, a juventude, um relacionamento, uma fase profissional. O que a pessoa esquece quando está de forma desarmônica vivendo no passado é que, as memórias que ela tanto evoca, só foram possíveis porque em tal época ela vivia o presente.

Vamos vivendo um dia de cada vez, olhando com amor à historia de nossas vidas, até mesmo os desacertos, mas de olhos abertos para o que estamos construindo hoje, para as riquezas de quem está à nossa volta, os aromas do chá de hoje, as novas canções e surpresas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Tiragem no Lenormand: Chicote + Morte

























Fazendo um pequeno exercício com tiragem de duas cartas, hoje vamos falar da combinação Chicote (11) + Morte (8), no Petit Lenormand. Em semana de tantas decisões e emoções a mil, fazendo uma leitura bem rápida, eu diria que o conselho é: pare de sofrer, corte da sua vida o que está te fazendo "arrastar correntes". Ou, então, dependendo de como foi feita a pergunta, o sofrimento está chegando ao fim. É bom lembrar que a carta da Morte sinifica também início de um novo ciclo. E como começamos uma nova história, uma nova energia, uma nova forma de pensar (Chicote)? Fechando o caixão do que não frutifica mais.


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Montanha, sólida, um dia se desmancha no ar


Estava lendo um conto de Hermann Hesse, chamado Faldum, que conta como, num certo dia, cada pessoa de um vilarejo teve direito a realizar um sonho. Uns pediram dinheiro; outros, queriam saber dançar; uma moça quis cabelos longos e dourados e por aí, foi... o último a fazer seu pedido quis se transformar numa Montanha. A partir daí, a história fala do tempo, quase eterno, da Montanha, perto do tempo dos Homens. Seus sentimentos, suas transformações, tudo, num tempo que é difícil de entender - estamos tão presos nesse mundo de 24 horas, que a palavra eternidade chega a assustar!

E fiquei pensando na Carta 21 e em novas mensagens que ela pode nos passar: o eterno, a paciência, a transformação que não se vê a olho nu... tudo o que pode acontecer em uma montanha durante décadas e séculos. Uma figura que parece tão sólida, tão firme... e que por um tremor, a qualquer momento (dentro da eternidade), deixa de ser...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Tarô inclusivo: a versão em Braille






















Intuição, mão de jogo e a busca por autoconhecimento: elementos essenciais a quem se dedica ao estudo do Tarô, seja jogando apenas para si ou para as outras pessoas. Há incontáveis tipos de cartas, justamente para que cada um busque o que mais lhe aprouver. Pois bem, hoje descobri esse Braille Spanish Tarot, feito para quem tem deficiência visual. A descrição que lemos aqui, em espanhol, é encimada pelas letras do sistema Braille. Os desenhos são bem tradicionais, os mesmos utilizados no Spanish Tarot. São figuras que vieram,  na verdade, da Itália do século XVIII. O tradicionalismo se junta ao que é essencial à vida: enxergar o que é invisível aos olhos, parodiando Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A inteligência da Rainha de Espadas



Quem disse que feminilidade e poder não combinam? A Rainha de Espadas está aí para provar que a mulhere pode, sim, reger multidões, competir de igual para igual no mercado de trabalho, ser estratégica, lógica, forte e, ainda assim, não abrir mão da sua porção Yin. Nessa imagem da Rainha de Espadas, vemos a graciosidade com que desembainha sua arma e a indumentária de uma mulher com todos os seus enfeites, e ainda com belas jóias que marcam sua posição, tudo bem equilibrado. Até porque estratégia que se preze necessita de equilíbrio. A Rainha de Espadas, no Baralho Cigano, representa a carta das Flores, a de número 9. É uma mulher de personalidade forte! Em um jogo de Tarô, ela representa as pessoas de pensamento ágil, que enxergam uma situação com mais rapidez do que a maioria. Trata os assuntos com simplicidade e de forma muito límpida, sem rodeios ou floreios. Quando essa dama aparece de uma forma negativa, ela vem alertar que a consulente está abrindo mão da sua porção feminina em prol de responsabilidades na vida social e profissional. Além disso, pessoas que têm a inteligência muito aguçada devem prestar atenção, pois correm o risco de resvalar na arrogância intelectual.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Tarô: a Torre posta abaixo

 Bem diferente do significado da Torre no Baralho Cigano (leia aqui), esse arcano do Tarô fala de destruição. Não de rolar uma pedrinha qualquer: é de por abaixo uma estrutura estabelecida e que parecia bem sólida. Isso é ruim? Depende. Quando algo maior do que nossas forças nos leva para essa destruição, dela voltamos ao marco zero, que nada mais é do que a chance divina que temos de reconstruir as coisas sob uma base mais justa.

Nessa primeira imagem,  do Tarô Mitológico, vemos Poseidon vindo dos mares para destruir a Torre. O deus grego dos oceanos causava terremotos e enchentes - como a que ocorreu em Atenas, por ele ter perdido a eleição para a escolha do nome da cidade. Bem fútil, não é? Mas muitas vezes nos comportamos assim, quando nos sentimos muito poderosos: nada pode nos contrariar! E aí vem a rasteira na forma de algo que parecia firme e forte e no dia seguinte é só poeira...

Este é só um dos exemplos de situação em que essa lâmina pode aparecer. Claro, em alguns casos nos sentimos injustiçados com grandes perdas. Somente muito tempo depois entendemos o que nos fez despencar do alto da torre que foi atingida por um raio!

Simbolicamente, esse tombo, ainda que nos machuque, nos coloca em terra firme, concorda? Saímos daquela janelinha, onde víamos tudo de forma diminuta, com os sentidos protegidos pela distância. Agora, no chão, estamos no mesmo nível da maioria à nossa volta, com tudo de bom e de ruim que isso traz. O que é de bom, que seja bem-vindo ao nosso convívio. E o que é de mau... bem, não temos o poder de fulminar com raios, mas às vezes nos põe à prova para destruirmos as pequenas torres que construímos ao longo das nossas vidas.